Pastores

Onde estão os cinco ministérios dentro da igreja? Sabe, eu fico observando algumas congregações - igrejas e consigo perceber a existência das cinco funções em muitas delas. O único problema é que, na maioria das vezes, as pessoas não sabem que ali está um evangelista, um profeta ou um mestre, e nem mesmo aqueles que o são sabem disso. Há muitos homens e mulheres com Pr. na frente de seus nomes, o que não condiz com suas reais funções no corpo. Tenho visto muitos Prs. Apóstolos, Prs. Profetas, Prs. Mestres, Prs. Evangelistas e, é claro, Prs. Pastores de verdade. É impressionante como essa pequena abreviatura pode esconder e abafar tanto algumas das funções na igreja...

Tenho pesquisado nas Escrituras e até agora não encontrei uma passagem que diga que a igreja tem que ser basicamente pastoral, no sentido de que todo o funcionamento do corpo parte desse ministério. Isso seria uma sobrecarga ao verdadeiro pastor. Para isso existem os ministérios. É claro que o pastor é essencial, mas eu creio que a igreja só se move em triunfo com o pleno funcionamento dos cinco ministérios. Respeito e entendo completamente a autoridade pastoral. As Escrituras deixam bem claras as orientações aos pastores da igreja. Leia Heb 13:17 e 1Pe 5:2. Portanto, não é a submissão que eu estou discutindo aqui. Isso é indiscutível. Há pouco tempo, escutei testemunhos tremendos de irmãos que vivem isso em suas congregações. O resultado é sempre o mesmo: poder de Deus na igreja. Hoje em dia, é possível receber o famoso “Pr.” na frente do nosso nome através de cursos via Internet. É verdade. Veja bem, é importante entender que os cinco ministérios, na verdade, se resumem no ministério de Jesus. Quando perguntarem qual é o seu ministério? É certo dizer que é o ministério de Jesus. Nosso Senhor foi um apóstolo ao fundamentar a verdade, enviar Seus discípulos e ser enviado por Deus com base nesse fundamento. Ele foi um profeta ao liberar a voz de Jeová para o povo de Israel. Ele foi um mestre ao ensinar acerca das Escrituras no templo ou no monte das Oliveiras. Ele foi um evangelista ao realizar sinais e maravilhas que apontavam para Ele como Messias, salvando a muitos. E, finalmente, Ele foi um pastor ao amar e cuidar de Suas ovelhas, alimentado-os e servindo-os. Jesus foi tudo isso e muito mais. Também é importante ressaltar que há outras funções dentro da igreja, além dessas cinco. Por exemplo, há o diácono, que é aquele que está sempre pronto para o serviço, seja ele qual for. Eles são tesoureiros, porteiros, zeladores, etc. Não importa. Eles amam servir a igreja e, com isso, a Deus. Leia Atos 6 e conheça a vida de Estevão. Há os intercessores, que são aqueles que se levantam em oração e guerreiam no mundo espiritual, intercedendo pelo “povo”. Eu creio que podemos englobar também o ministério de louvor (música, dança, artes, etc.). Apesar de muitos não acharem uma base bíblica concisa para o ministério de louvor, eu entendo ele como uma das funções dos levitas. Podem haver músicos (dançarinos, etc.) profetas ou evangelistas, sim. Porém, há também aqueles que se dedicarão somente ao louvor na casa do Senhor. Para mim, é uma função. Um ministério. Com certeza, há outras áreas que não cabem ser analisadas nesse estudo. Portanto, é importante entender que nem todos são apóstolos, profetas, mestres, evangelistas ou pastores. Todos são sacerdotes, sim. Porém, com funções diferentes, não classificadas hierarquicamente.

Agora, é fundamental que esses cinco ministérios sejam atuantes dentro da igreja. Vamos discorrer um pouco sobre o Ministério Pastoral, sem nos aprofundarmos muito.

PASTOR

Quantos pastores (com Pr.) há no mundo? Talvez milhões. Com certeza, necessitamos de muitos pastores para apascentar o grande número de ovelhas. O problema aqui é que muitos Prs. não são pastores, e muitos que não tem um Pr. na frente do nome, são. Resumidamente, o pastor é aquele que cuida da ovelha. Ele visita, ajuda nos problemas, ele conhece a cada um, aconselha e exorta. Tudo isso em um âmbito pessoal e sentimental relacionando suas vidas com Deus e seus caminhos de amor. Dentro de uma congregação podemos ter um pastor-presidente. No entanto, cada líder que cuida de um determinado grupo e recebe um chamado divino para ser responsável por ele, para cuidar de seus membros com um amor sobrenatural, também é um pastor. Porém nem todo líder é pastor. Compreende? Com isso, concluímos que há pastores de pastores. Não vejo nenhum problema nisso. É só olharmos para Jesus. Ele é pastor de pastores. Na verdade, Ele é o pastor de todos. O ministério pastoral precisa estar submetido a essa verdade absoluta. Isso afirma que, na verdade, nenhum de nossos pastores são donos das ovelhas que apascentam. Jesus é o dono.


O Ministério Pastoral

O Ministério Pastoral é o chamado da ALIANÇA, do CUIDADO, do PACTO... Onde dar a vida pelas suas ovelhas se torna não apenas uma “teoria”, mas uma prática de fé... É o ministério onde se GERA VIDAS, se faz DISCÍPULOS e onde se treina OBREIROS para a seara. Foi por isso que o Apóstolo Paulo escreveu deixando um legado ao seu amado filho Tito em sua epístola...
O Pastor foi chamado para ser um exemplo pela palavra de Deus como está escrito em Tito 1:4-16

4.    A Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: Graça, misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e da do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador.
5.    Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam, e de cidade em cidade estabelecesses presbíteros, como já te mandei:
6.    Aquele que for irrepreensível, marido de uma mulher, que tenha filhos fiéis, que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes.
7.    Porque convém que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro da casa de Deus, não soberbo, nem iracundo, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância;
8.    Mas dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante;
9.    Retendo firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina, como para convencer os contradizentes.
10. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores, principalmente os da circuncisão,
11. Aos quais convém tapar a boca; homens que transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância.
12. Um deles, seu próprio profeta, disse: Os cretenses são sempre mentirosos, bestas ruins, ventres preguiçosos.
13. Este testemunho é verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na fé.
14. Não dando ouvidos às fábulas judaicas, nem aos mandamentos de homens que se desviam da verdade.
15. Todas as coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os contaminados e infiéis; antes o seu entendimento e consciência estão contaminados.
16. Confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com as obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra.

Os quatro pilares da liderança pastoral

 A necessidade por liderança qualificada na igreja local foi primeiramente evidente quando os apóstolos concluíram que era hora de escolher "homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria" (Atos 6.3) para servir às mesas enquanto o ministério pastoral recebia atenção integral.

Mais tarde, com a eleição de anciãos em cada igreja (Atos 14.23), a formulação de uma filosofia apropriada de ministério se tornou essencial. Paulo e Pedro, sob a direção do Espírito Santo escreveram às igrejas e a indivíduos sobre como cuidar do rebanho de Deus da maneira correta. As qualificações espirituais do pastor deveriam ser observadas não só na fase apostólica da presente dispensação, mas pelos séculos vindouros.
Hoje, infelizmente, é preciso distinguir entre ministério pastoral bíblico e não bíblico. Isso porque muitos líderes decidiram abandonar o modelo canônico, considerando-o arcaico e desatualizado. Tal filosofia de ministério é desastrosa e, embora produza resultados aparentemente positivos, é deficiente no quesito fundamental ao ofício pastoral: a fidelidade.

A obsessão em trazer multidões acaba convidando o pragmatismo a ser adotado como regra na igreja e quando menos se espera, a distinção entre o Corpo de Cristo e o mundo desaparece. Por isso é fundamental que líderes eclesiásticos testem suas filosofias de ministério à luz da Palavra de Deus, lembrando que métodos seculares, por vezes se desatualizam, mas as Sagradas Escrituras são sempre relevantes, suficientes e perfeitamente adequadas para um ministério eficaz. Uma apuração do conteúdo bíblico designado a líderes revela pelo menos quatro imperativos fundamentais sem os quais, qualquer metodologia pastoral se torna incompetente.

O primeiro deles é produzir discípulos. A preferência por crescimento numérico, se não for avaliada, pode suplantar a fidelidade à missão mais importante da igreja. Enquanto muitas idéias de evangelismo em massa são propostas, a maioria das quais oriundas daqui dos EUA - como o movimento seeker-friendly, a responsabilidade pessoal do pastor em compartilhar a sua fé acaba sendo negligenciada.

Muitas estratégias de evangelismo se limitam a trazer o incrédulo a um determinado evento da igreja. Vale lembrar, porém, que Jesus foi bem claro em sua comissão dos onze (Mateus 28.19-20). O verbo principal dessa construção, no original grego, é fazei discípulos. Os outros três (ir, batizar, e ensinar), são particípios que descrevem a ação do verbo principal (o primeiro, ide, funciona como imperativo). Portanto, qualquer estratégia de alcançar a comunidade secular que não enfatiza o ir não é fiel ao mandamento do próprio Jesus. Conseqüentemente, o pastor que não exemplifica o evangelismo pessoal falha com sua congregação e com seu Deus. 

O segundo mandamento aos pastores é a pregação da Palavra de forma expositiva. Curiosamente, Jesus, apesar da constância com que ensinava em parábolas, costumava expor as Escrituras (compostas somente pelos livros do Velho Testamento na época) diante das multidões, atestando à veracidade de acontecimentos como a criação do homem e o dilúvio. Muitos pastores, entretanto, abandonam esse método, em busca de algo mais "apropriado" às mentes pós-modernas de hoje. Paulo, entretanto, não poderia ser mais claro com seu filho na fé. Ele insistiu solenemente que Timóteo não sucumbisse à tentação de satisfazer as demandas do povo. O jovem pastor deveria pregar a Palavra (e não dar a sua opinião sobre ela) a qualquer custo, admoestando, repreendendo e exortando (2ª Timóteo 4.1-2).

A terceira instrução bíblica a pastores é a capacitação dos santos. Todo líder de rebanho deve, além de produzir discípulos, prepará-los para a obra do ministério. Felizmente, Jesus deixou o exemplo de como investir em outras pessoas. Os doze discípulos, com a exceção de Judas, se tornaram líderes da igreja primitiva, em parte, porque passaram três anos convivendo com o Mestre.

Pastores, que devem ser imitadores de Cristo (1 Coríntios 11.1), são instruídos a treinar o seu rebanho para a obra, em vez de assumir todas as responsabilidades do ministério. Essa é uma função pastoral que requer esforço elevado. Por isso muitos a delegam, entendendo ser a sua função mais importante, requerendo status de patrão. Entretanto, a instrução de Paulo aos Efésios é inconfundível. O próprio Jesus estipulou certos ofícios na igreja tendo em vista "o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do corpo" (Efésios 4.11-12). Uma delas é função do pastor-mestre, que deve, além de produzir discípulos, preparar os mesmos, criando oportunidades para o serviço a Deus.

Por fim, o quarto encargo fundamental do pastor é pastorear o rebanho. Além de produzir e preparar discípulos de Jesus, o líder deve promovê-los a seus respectivos chamados. Esse trabalho também é árduo e requer muita dedicação. São poucos os que investem o tempo necessário nessa causa. Mas Pedro alerta aos presbíteros na Ásia Menor: "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas, servindo de exemplo ao rebanho" (1 Pedro 5.1-3).

Certamente os pastores das igrejas em Ásia Menor seriam tentados a não pastorear de maneira correta para evitar a severa perseguição por parte de Nero. Porém, o exemplo de fidelidade deveria ser dado. Além do mais, a "imarcescível coroa da glória estava reservada aos anciãos que perseverassem diante de tão grande tribulação (1 Pedro 5.4). Para os leitores contemporâneos da primeira epístola petrina, a promessa ainda é válida, assim como a responsabilidade ainda é vigente. Qualquer outra forma de pastorear é ineficaz.      
Produzir discípulos (por meio de evangelismo individual); pregar a Palavra (de maneira expositiva), preparar discípulos (capacitando-os para a obra), e pastorear o rebanho adequadamente são as quatro marcas fundamentais de um ministério bem-sucedido. Sem esses absolutos qualquer filosofia de liderança pastoral se torna obsoleta e inadequada. Ainda que a congregação cresça numericamente, o objetivo deve ser a fidelidade e não o resultado. É possível controlar o primeiro, mas o segundo só Deus pode trazer. Ele o fará conforme a sua vontade soberana, em tempo determinado...